Vigorexia e Overtraining
Olá maltinha,
Venho falar de uma coisa que em abraçou estes últimos tempos e que fez com que tivesse o verdadeiro colapso. Venho falar de dois assuntos. A vigorexia e o overtraing, que estão interiamente unidos.
Quem me conhece sabe que eu não sou nem 8 nem 80. É logo tudo ao máximo.
Sabe que tenho algumas pancas de ter tido anorexia e que o meu escape é o desporto.
Desde que me conheço sempre pratiquei desporto e sempre me senti bem. Há um mês e meio comecei a interiorizar que estava gorda ( todos os santos anos tenho uma recaída). Ou seja, como mencionei, todos os anos tenho um colapso de auto-imagem, mais precisamente no Verão quando o fator menos roupa ganha força. Este ano veio mais cedo...
Desde que entrei no ginásio ganhei peso, não foi muito, mas o suficiente para eu me achar uma bola. Para quem corre, uns kg a mais podem fazer diferença, então para quem corre e quem já teve um distúrbio alimentar a coisa complica-se.
Como eu sou sincera não escondo o que vai na cabeça e a natureza da maior parte as minhas lesões ter uma justificação que mais não é o facto de sentir que sou gorda e interiorizar isso de tal forma que sinto e o vejo, mesmo que me digam o oposto... Eu não acredito.
Passando à frente e respeitando o título do post...
Vigorexia mais não é que o descontentamento com o corpo o que obriga a pessoa em treinar em excesso em busca da imagem ideal. Não se trata de uma anorexia ou uma bulimia, pois a pessoa não deixa de comer. Recorre notorariamente ao uso de suplementos para atingir objetivos (não é o meu caso) para cumprir com um objetivo irrealista.
Portanto, o que quero eu dizer é que entrei num esquema de treinos magicado na minha cabeça, em que tinha de perder peso para "ontem", perder o que ganhei no ginásio basicamente. E o que comecei a fazer quando me deram carta verde para correr? Bi-diários, ginásio de manhã, corrida à tarde. Treino todos os dias com zero descanso e com exercícios sempre a recrutar os mesmos grupos musculares.
Comecei a sentir imensas dores nos gémeos e a associar a falta de descanso, mais não fosse só isso. Continuei este ritmo alucinante até ter chegado ontem.
Já tinha feito GRIT na semana passada (treino altamente metabólico) e senti dores, mas consegui suportar minimamente. Ontem fiz a mesma aula mas não contive as lágrimas a dado momento em que era necessário força nos gémeos. Parei imensas vezes, o professor disse para ir com calma e ainda ficava mais chateada e ainda insistia... Foi necessário acabar a aula sentada no chão a agarrar os gémeos com lágrimas nos olhos.Senti um grande colapso. As pernas não respondiam. Por cada vez que parava a dor intensificava-se...
No dia 9 de Abril fui de pacer na meia Heliflex. Já sentia dores nos gémeos e uma dor no tornozelo direito. Mas ignorei e tomei um bruffen. Durante 3 dias andei a tomar bruffen. Fiz a meia sem grandes problemas. Senti um ligeiro desconforto, mas apesar disso estava muito bem. Comecei a sentir dores a partir do 13 km. Mas isso impedir-me de continuar? Nunca. Continuei porque nesse dia tinha uma responsabilidade.
Na semana a seguir continuei na minha rotina de treinos regular... Na quarta de manhã fui correr. Fiz uns 7 km a 4'39... Depois tentei fazer as séries. Mas foi aí que vi que algo de errado se passava e decidi ir ao ginásio à tarde. Mas claro o treino soube a pouco, a cabeça diz que não fizeste nada de jeito, portanto fazes GRIT e depois vais à fisioterapeuta. Ora portanto... Apos uma sofrência na aula de GRIT...Fui à fisioterapeuta do ginásio. Analisou-me o tornozelo, palpou-me os gémeos e disse-me que estava com contraturas muito fortes. Disse que os gémeos estavam muito rígidos e que tinha torcido o pé... Tinha o pé inchado e sem saber bem o porquê...
Aqui a menina não quis saber de torção, ok vamos parar de correr ok ok. Mas vamos treinar igual e de preferência com intensidade...
Até ontem...
Sabem quando tem dores fulminantes e sentem-se com uma grande rigidez muscular? Sentir que cada perna pesa 30 kg ou mais e que caminhar torna-se algo díficil. Eu sinto-me assim hoje.
Decisões díficieis precisam de ser tomadas e eu decidi fazer aquilo que queria evitar. PARAR. Só nadar e caminhae, nem mais nem menos... Sem extremos, sem neuras, respeitar o corpo... Porque sou a prova de que teimosia em excesso pode prejudicar a saúde. Não só meramente física mas como psicológica...
Dei por mim a ter sinais fortes de irritabilidade e ansiedade,
Muito stress (tive inclusive uma crise e borbulhas derivado ao stress)
Perdi algum apetite
Ando constamente exausta
Insónias
Meia deprimida
O ritmo cardiaco desregular
Perda de motivação
No meio disto tudo, consegui alargar o tempo parada... Nada de correr. Nem sequer caminhar decentemente consigo..
Mas a vida é assim. Quando queres ser mais teimosa que as tuas limitações e o corpo avisa e tu insistes. Se tratas mal o teu corpo ele vai responder mal.
E pronto,
Malta
Ouçam o vosso corpo. É uma máquina, mas como um carro precisa de manuntenção, o corpo também. Precisa de ser nutrido, descansado, de vez em quando receber alguma massagem... E pronto. É um templo..
Acabei com outra coisa que me fazia mal, e só algumas pessoas sabem, mas isso prefiro não dizer. Só quero dizer que aprendi a lição.
Agora é ter fé e juízo e calma para regressar às corridas de vez.
Um beijinho