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Aquela Runner Obcecada

Aquela Runner Obcecada

Aquele segredo obscuro que precisava de contar

Olá peeps

 

Após o post em que relato a minha experiência com Overtraining,  já trago boas notícias.

Compreendi que o descanso é essencial. Fiz natação durante uns dias e respeitei o descanso e a alimentação. Na parte da alimentação estou a tentar melhorar porque nem sempre tenho a fome que devia ter.

Sobre um assunto que venho falar e acho que devia falar. Para mim não é orgulho nenhum mas siga.

 

O ano de 2016 foi super díficil para mim. Se posso dizer que foi chegou a ser tão mau quando como tive anorexia, esteve lá perto. Tive uma recaída após o acidende de kart e na altura perdi um pouco mais de 10 kg. Acho que na altura andei apagada, mas sempre  a esconder isso. Quando acabei a licenciatura que tanto me custou em termos de ter de lutar para a conseguir, tanto que tive de abdiqar de ter exelentes notas por ter de trabalhar... Coisas a parte. Terminei a licenciatura e aventurei-me antes de a terminar de sair de casa dos meus pais. Erro número 1.

Depois foi  a procura de trabalho, ter passado de padaria para escritório de advogados, café... A altura da corrida da Bosh. É dessa altura. Se fosse remoer o passado, estava aqui até amanhã.

Umas semanas antes da corrida da Bosh bati com um carro que não era meu, uns tempos depois furtaram-me 500 euros (após ter ficado sem trabalho), essa mesma pessoa ameaçou-me de morte e pronto basicamente vi a minha vida a cair num buraco. Na altura voltei a perder peso e voltei....

 

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A fumar . Sim leram bem. Eu sou ex-fumadora.

 

Fumava sim, não comprava mas passei a comprar de vez em quando quando sentia o controlo fugir-me. Dizia a mim própria que isso não influenciava na corrida, que podia de vez em quando. Na altura contei a poucas pessoas do que se passava. Prometi deixar. Mas sem sucesso porque depois apareceu as lesões, as contas do fisioterapeuta, problemas em casa, fora de casa... Controlo?

 

Onde?

 

Eu sempre fui pessoa de controlar tudo, não pessoas, mas a mim própria. Ter a mania de ter ideias fixas e elas fugirem ou acontece tudo ao contrário. Sabem quando tem um dia NAO? Aqueles dias em que pensam que o melhor era ter ficado a dormir. Eu andava assim . A única coisa que ainda me fazia não perder a cabeça era o trabalho. Para sorte das sortes, após a onda de azar, consegui trabalho. Mas isso não me impediu de fumar. Continuava infeliz em alguns aspetos da vida e por isso fumava. Porquê? Não sei. Por saber que não podia e o não poder eu controlava.

 

Fumei até há duas semanas.

 

Foi repentino. Tinha comprado um maço de cigarros no fim de semana e por alguma razão senti que o fumar já não me trazia nada positivo. Chegava a ser horrível. A sensação durante e após... Um dia cheguei a casa e atirei o maço ao balcão, mais de metade cheio e disse à minha mãe (dá ao pai, sim o meu pai fuma e faz quilos de desporto). Não fiz uma boa ação. Dar ao meu pai. Ok. Ele não deixa, e quando deixa volta.

 

O que quero dizer é o seguinte:

 

Eu sou muito humana, honesta e genuína. Se me orgulho de ter estado meses e meses a contaminar os meus pulmões? Obviamente que não. Se me orgulho de ter a coragem de o escrever publicamente aqui? Sim. Mesmo que implique ter de levar um rótulo, mesmo que alguém me tenha como exemplo e eu deixe de o ser porque fui humana... Sabem porquê? Não levamos nada da vida se não formos honestos connosco e com os outros.

Fumar não me trouxe benefícios. Se posso dizer que me afectou na corrida? Talvez. Perdi rendimento que não foram só das lesões... A capacidade pulmonar foi-se deteriorando. Na semana da corrida da Bosh fiz 42 minutos nos 10 km mas eu ia de rastos, apática e com kgs de CO2 nos pulmões. O que me levou à corrida? Não sei na altura raiva...

Fumar pode ter aliviado por segundos, mas trouxe-me tonturas (porque eu fumava sim mas pouco);

Pele cansada e olhos cansados...

Irritabilidade...

Insónias..

 

E pronto eis o segredo osbscuro da Miriam, a Miriam alegre e animada que as pessoas que a conhecem e de certa forma acham boa menina fumava.

 

O facto de ter fumado não me torna pior ou má pessoa, mas sim torna-me uma pessoa que sabe viver e a lidar com  os erros. Sinto-me super bem por finalmente ter deixado sem haver uma espécie de "desmame". Fi-lo de repente porque finalmente sinto que a minha vida está a compor-se. 

 

A isto eu chamo de crescimento, e sinto-me bem por finalmente gritar este segredo.

 

 

XXXX

 

 

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